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sexta-feira, 25 de maio de 2018

A Nova Secretária - Capítulo Final




As semanas que se sucederam ao novo cargo de Débora foram algumas das melhores de minha vida. Quase todo final de expediente, eu ia ao escritório de Débora praticar meu ritual de adoração. Em alguns dias ela me deixava gozar, em outros eu ficava só na vontade, mas em todos eu saía ansioso pelo próximo dia. Eu era o cara mais sortudo do mundo!

Porém, em uma sexta-feira qualquer, a minha maré de sorte seria ameaçada.

Como de costume, eu fui ao escritório de Débora, esperando pelas suas ordens. Infelizmente, ela não estava no clima.

- Sinto muito, chefinho. Hoje eu estou cheia de funções e não quero sair tão tarde daqui. Vamos deixar para outro dia.

Porém, eu estava explodindo de tesão e não desistiria fácil.

- E se eu não incomodar? Eu posso ficar debaixo da mesa, massageando os seus pés.

Ela desviou o olhar da papelada para me olhar com sua carinha mais safada. Eu a tinha conquistado:

- Hum, acho que não seria nada mal ter um tapetinho enquanto eu trabalho...

Entendendo o recado, eu fui até a sua mesa e me abaixei. Bem como eu havia calculado, eu cabia certinho ali embaixo, se ficasse de joelhos dobrados. Deitando-me de barriga pra cima, retirei os saltos da minha princesa e apreciei seus pés desnudos.

Eles pareciam cansados de uma longa rotina de trabalho e mereciam atenção. Como não recebi ordens, entendi que deveria agradá-la como achasse melhor. Comecei aspirando profundo o seu aroma e plantando beijos nas suas solinhas. Depois, deixei o pé esquerdo plantado no meu rosto, enquanto usava as mãos para massagear o direito.

Não sei quantos minutos passei naquela posição, mas, de repente, ouvi uma batida na porta.  Meu primeiro impulso foi levantar, mas Débora me segurou com os pés, forçando-me para o chão.

- Relaxa, chefinho. A mesa é fechada por baixo. Ninguém pode vê-lo aqui.

Antes que eu tivesse tempo de responder, uma nova batida à porta, agora seguida de uma voz masculina:

- Débora, você está ocupada?

- De forma alguma. Pode entrar.

O homem abriu a porta e eu ouvi suas passadas se aproximaram da mesa, embora eu não pudesse vê-lo. A mesa de Débora só era aberta pelo lado de dentro, que ficava do lado oposto à porta. Eu não tinha nem fenestras para espiar pro outro lado. 


Por sorte, isso também me protegia de ser visto. O homem sentou-se na cadeira à frente e Débora iniciou conversa:

- Boa tarde, Sr. Gilberto. É um prazer vê-lo!

- Boa tarde, Débora. Por favor, me chame de Gilberto.


Eu estranhei que o Gilberto ainda estivesse trabalhando após o expediente. Ele não era o tipo de cara que ficava até tarde na empresa. Aquela conversa devia ser séria. 

Débora distraidamente enfiou seu dedão na minha boca e começou a brincar com ele lá dentro. Eu me sentia totalmente indefeso aos seus pés, podendo ser revelado por ela a qualquer momento.

- A que devo a visita?

- Bom, Débora. Se não se importa, gostaria de ir direto ao assunto. Você é uma jovem talentosa e temos sorte de tê-la. Porém, por mais admirado que eu esteja com o seu trabalho, eu não podia deixar de me perguntar como você subiu tão rápido na empresa. 

- Com trabalho duro e confiança de você e dos membros do Conselho. Não se esqueça que eu fui votada.

- Ah sim, não me entenda mal. Eu e você sabemos que você merece este cargo. Mas eu não entendia como você tinha convencido um cabeça dura como o Edu. Recentemente, eu tive a resposta.


Minha espinha gelou. Débora também estava sem o que falar, então ele prosseguiu:

- Eu percebia que, mesmo sem ser sua secretária, você e o Edu continuavam passando muito tempo juntos, então tomei a liberdade de averiguar... Um certo dia, pude ouvi-los através da porta...


- Você espionou nossa conversa?

- Eu não chamaria de conversa. Só o que ouvi foram sons de gente transando.

Eu não estava acreditando! Aquele cretino nos ouvira! Agradeci a Deus que ele só tinha nos ouvido em nossa sessão de masturbação, e não abrira a porta para descobrir minha condição submissa naquela "transa".

- Você está equivocado! Minha relação com o Eduardo é puramente profissional! - Disse minha dona, enquanto enfiava o resto dos dedinhos na minha boca, me fazendo chupar seu pé.

- Não, não estou. Eu tenho certeza do que ouvi. Mas não se preocupe. - Então ele se aproximou e falou em um tom mais sério. - Eu vim aqui pra salvar a sua pele.

Débora estava sem saída. Ele certamente tinha nos ouvido e não havia porque negar. Mesmo assim, ele não tinha provas circunstanciais, então Débora o mandou levantar da cadeira.


Ela também se levantou e foi até ele, descalça mesmo. Ouvi enquanto ela o palpava, para depois voltar à sua cadeira.

- Você achou que eu teria uma escuta?

- Não posso confiar em você.


Ela novamente plantou seus pés na minha cara e eu fui limpar a sujeira que eles acumularam nessa caminhada pelo carpete, sorvendo cada poeira.

- Você aprenderá a confiar. Basta me ouvir. Você não precisa ser a criminosa, mas sim a vítima. Basta dizer que o Edu está te assediando desde que você chegou.

- Então você quer tirar o Edu da jogada, tornando-se o seu natural sucessor.

- Que bom que você entendeu.


- Mas que belo amigo você é!

Esse traidor filho da puta! Eu sabia que muitos invejavam minha posição, mas não sabia que Gilberto seria um deles. O meu melhor amigo de faculdade agora se revelava um rato. Alguém que queria usar de artimanhas para acabar com a minha carreira. Tive que me controlar muito para não levantar dali e esmurrá-lo. Infelizmente, isso só iria me comprometer mais.


- Amigos, amigos. Negócios à parte. Vejo que está pensativa, mas uma coisa é certa: a relação de vocês vai se tornar pública. Cabe a você escolher o papel que vai desempenhar. A vadia manipuladora ou a pobre mulher assediada.

Ela estava em um beco sem saída. Eu sabia que, no fundo, Débora se importava comigo, mas se tivesse que escolher entre nós dois, ela não seria tão altruísta. Eu não poderia exigir tanto dela. Eu estava certo.

- Tudo bem, mas vamos fazer nos meus termos: eu convenço o Edu a renunciar e você assume. Não precisamos revelar o nosso caso.

- Garota esperta, não quer posar como indefesa. Acha mesmo que consegue convencê-lo a abrir mão do seu sonho?

- Ele ainda tem um casamento para zelar. Vai fazer a escolha certa.

- Muito bem. Você tem duas semanas para fazer isso acontecer, se não eu vou a público.

Ele então se levantou para sair, mas, antes que saísse, Débora ainda o fez uma última pergunta:

- Como está tão certo que não era o Eduardo que me assediava?

Gilberto apenas riu e disse:

- O Edu é frouxo demais para isso.


Fiz um bom trabalho em conter minha raiva naquele dia, mas falhei na segunda-feira que se seguiu. Quando ele veio me cumprimentar como se nada tivesse acontecido, toda a raiva acumulada me subiu à cabeça.

E foi ali mesmo, no saguão, em meio à várias testemunhas, que eu o soquei na cara, selando a minha demissão da empresa.

Leia o epílogo clicando aqui


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